Sandra Abreu

os invisíveis

Para olhar o mundo, a sociedade e como as pessoas
tornam  a vida umas das outras mais complicada.

Até onde somos mestres das nossas atitudes, até onde o sistema em que vivemos impõe ou determina o caminho que iremos “escolher”?
O conto nos envolve na vida de um sujeito comum, trabalhador, persistente no dia a dia, assim como todos nós. As situações inusitadas que acontecem com ele, poderiam acontecer com qualquer um.

Com uma prosa fluida e instigante a autora nos leva a reflexões sobre temas que amedrontam todos nós e nos ajudam a voltar o olhar para o outro, aquele que insistimos ignorar.

Segue abaixo um trechinho do livro:

“Parecia o sonho do proletariado, a vida boa prometida a quem trabalha: uma atividade desinteressante e repetitiva, num ambiente climatizado, um salário fixo que poderia ser melhor, e pouco tempo livre para pensar sobre essas coisas. A serenidade da ocupação, sem conflitos ou perturbações, o deslizar moroso das nove horas diárias; a segurança de uma existência medíocre – tudo isso se ajustava perfeitamente à minha perspectiva de vida para os próximos anos, eu estava muito animado[…]”

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“De barriga cheia e um pouco mais calmo, no caminho de volta pude usufruir do sentimento de companheirismo ou empatia que acomete colegas de trabalho ou indivíduos que compartilham da mesma dificuldade. Atravessamos o estacionamento sob o sol quente da uma da tarde e no meu íntimo eu apenas repetia como um mantra, ‘apenas formalidades’.”

“Os invisíveis” é um convite à reflexão sobre a vulnerabilidade do trabalhador.

Em tempos de precarização do trabalho, a busca por um emprego que remunere bem e não seja tóxico – na maioria das vezes infrutífera – leva a uma busca por qualquer emprego. O conto nos leva a pensar até que ponto estamos seguros e estáveis em nossos trabalhos e quão errado as coisas podem dar. É também uma oportunidade para refletirmos sobre a rede de apoio que todo ser humano deveria ter, e ao longo do tempo, sofrendo ataques sutis (às vezes nem tanto) do capitalismo, do neoliberalismo, acabamos por perder. Mergulhamos em um individualismo e somos levados a crer que isso é garra, força de vontade, quando na verdade é uma vulnerabilidade inquietante. Leiam Os invisíveis e identifiquem-se. (Cintia Ferreira).

Sobre a Sandra

Sandra Abreu é escritora, web designer e bacharel em sistemas da informação.

Publicou “Os invisíveis” (conto),  “A tulipa” (crônica), e “Fantasmas do Brooklyn” (conto).  

Em 2023 submeteu seus trabalhos para revistas e editoras. Foi selecionada para publicação pelas revistas Mar de Lá e TAUP com seu conto “Os invisíveis” e a crônica “A Tulipa”. 

Suas obras, de forma simples abordam temas contemporâneos como capitalismo, meio ambiente, sociedade, novas tecnologias e precarização do trabalho em contos, crônicas e romances de leitura fácil e fluída.

A Tulipa

Olhei ao redor procurando cúmplices para compartilhar dessa alegria inesperada, mas era somente eu ali agachada e a moça do mercado absorta na rua. Escolhi uma tulipa para levar, apesar de todas estarem perfeitas. Senti que era uma pena deixá-las naquele canto. Mas, tinha esperança de que, ao vê-las, qualquer pessoa sentiria essa mesma alegria infantil e levaria uma flor para casa também.

Os invisíveis

De barriga cheia e um pouco mais calmo, no caminho de volta pude usufruir do sentimento de companheirismo ou empatia que acomete colegas de trabalho ou indivíduos que compartilham da mesma dificuldade. Atravessamos o estacionamento sob o sol quente da uma da tarde e no meu íntimo eu apenas repetia como um mantra, ‘apenas formalidades’.

capitalismo, meio ambiente, sociedade, novas tecnologias e precarização do trabalho