Para olhar o mundo, a sociedade e como as pessoas tornam a vida umas das outras mais complicada.
Olhei ao redor procurando cúmplices para compartilhar dessa alegria inesperada, mas era somente eu ali agachada e a moça do mercado absorta na rua. Escolhi uma tulipa para levar, apesar de todas estarem perfeitas. Senti que era uma pena deixá-las naquele canto. Mas, tinha esperança de que, ao vê-las, qualquer pessoa iria sentir essa mesma alegria infantil e levaria uma flor para casa também.
De barriga cheia e um pouco mais calmo, no caminho de volta pude usufruir do sentimento de companheirismo ou empatia que acomete colegas de trabalho ou indivíduos que compartilham da mesma dificuldade. Atravessamos o estacionamento sob o sol quente da uma da tarde e no meu íntimo eu apenas repetia como um mantra, ‘apenas formalidades’.
Sandra Abreu é escritrora, webdesigner e bacharel em sistemas da informação. Trabalha com tecnologia desde 2005 quando começou a publicar seus primeiros textos em blogs na internet. Sem preocupações artísticas, suas obras tendem à assumir um caráter panfletário onde de forma simples aborda temas contemporâneos como neoliberalismo, novas tecnologias, precarização do trabalho e sociedade em contos e sátiras de leitura fácil.